enxertos ósseos

PROTOCOLO DE ESCOLHA DOS SUBSTITUTOS ÓSSEOS NA ODONTOLOGIA

Quanto mais reabsorvido é o rebordo alveolar, menos previsível é a cirurgia de reconstrução do rebordo ósseo residual. As alterações mais comuns são:

Maxila:
– Pneumatização do seio maxilar;
– Modificação nos pilares de força;
– Diminuição da altura do rebordo alveolar;
– Diminuição da espessura do processo alveolar;
– Superficialização da espinha nasal anterior e dos forames palatino maior e incisivo;

Mandíbula:
– Diminuição da altura do rebordo alveolar;
– Diminuição da espessura do processo alveolar;
– Perda de gengiva queratinizada e presença de tecido soalho bucal e lingual sobre o osso da base mandibular presente;
– Superficialização do forame mentual, das apófises genianas e linha milo-hioidea , sendo quem alguns casos severos esse processo involutivo pode superficializar o nervo alveolar inferior.

        Independentemente da origem ou método de produção, o substituto ósseo deve atender determinados critérios e demonstrar algumas características definidas, adequadas aos procedimentos de aumento ósseo. Deve ser, obrigatoriamente, seguro e biocompatível para evitar o risco de transmissão de doenças ou resposta imunes. Isto não é problema nos enxertos autógenos, a menos que sejam manipulados inadequadamente durante a cirurgia.
As características superficiais dos substitutos ósseos são determinadas pela sua composição química, macroporosidade, rugosidade superficial, cristalinidade e tamanho do cristal. Tais características são fundamentais para a adsorção proteica inicial, adesão de osteoblastos e osteoclastos e deposição de osteoide para a aposição direta do osso recém-formado na superfície do material.
A geometria deve favorecer a invaginação pelos vasos sanguíneos, crucial para a formação óssea dentro do material. Isto significa que o material precisa  ter macroporos interconectados. A macroporosidade é fundamental na revascularização dos substitutos ósseos usados em forma de blocos. Quando enxertos particulados são usados, é mais provável que ocorra a invaginação vascular entre as partículas do enxerto.    Assim, é importante não comprimir muito forte o material, para permitir uma revascularização livre do volume aumentado.
Além disso, as propriedades de manipulação dos substitutos ósseos devem ser muito bem respeitadas, variando com a sua indicação clínica. Por exemplo, se o material é aplicado em áreas onde os implantes serão colocados mais tarde, como em casos de alvéolos de extração, o material deve ser, preferencialmente, reabsorvido em conjunto com a formação de novo osso ou durante a sua remodelação, para assim permitir que os implantes sejam colocados apenas em osso vital. Em outras situações, uma baixa taxa de substituição ou mesmo um material não reabsorvível pode ser mais favorável. Por exemplo, em áreas estéticas onde o preenchedor ósseo é usado para restabelecer o contorno do processo alveolar, e funções como a barreira de reabsorção para manter o suporte dos tecidos moles, colaborando para o aumento estético bem-sucedido.

POSSIBILIDADES DE FORMAÇÃO ÓSSEA:

• OSTEOINDUÇÃO: “criação (neoformação) óssea. Em um sítio desprovido, a partir de células mesenquimais sob a ação das proteínas morfogenéticas (BMP) (Urist, 1965).
• OSTEOCONDUÇÃO: crescimento ósseo sobre a superfície de um material osteocondutor, a partir do arcabouço ósseo.
• OSTEOGÊNESE: crescimento ósseo a partir de células vivas presentes no interior do enxerto.

MATERIAIS PARA AUMENTO ÓSSEO X POSSIBILIDADE DE FORMAÇÃO

A respeitada empresa de produtos odontológicos FGM, com sede em Joinville,  lançou no mercado o substituto ósseo chamado Nanosynt. É um material sintético bifásico de substituição óssea à base de fosfatos de cálcio (60% de hidroxiapatita e 40% de ß-fosfato tricálcico). Sua morfologia nanoestruturada confere excelente resposta biológica e resultados clínicos.

📌QUANDO USAR?

• Em defeitos ósseos intraorais e maxilofaciais pequenos ou médios e que apresentem no mínimo 3 paredes remanescentes de suporte.
• Em reconstrução/preenchimento alveolar de 1 ou vários elementos (ex.: após exodontia).
• Reconstrução (horizontal e vertical) em casos de defeito ósseo no rebordo alveolar.
• No tratamento regenerativo periodontal.
• No tratamento regenerativo periimplantar.
• No levantamento do seio maxilar (sinus lift).
• No preenchimento de defeitos ósseos após apicectomia, remoção de cistos ósseos e osteotomia corretiva.

📌CARACTERÍSTICAS DO PRODUTO

Alta porosidade (80 a 90%)
• Favorece a vascularização, a migração de osteoblastos e a deposição óssea.
• Permite a conexão do tecido ósseo em formação e/ ou neoformado com o tecido ósseo circunjacente.
• Evita a encapsulação do tecido ósseo em formação pelo tecido conjuntivo fibroso.
Excelente Manipulação
• Fácil e segura mistura com soluções salinas estéreis, sangue ou osso autógeno, preenchendo o defeito ósseo com facilidade.
Osteocondutivo
• Por ter excelente estrutura osteocondutora, permite a vascularização e a deposição celular.
Praticidade
• Disponível em forma fracionada (2 ou 4 ampolas de 0,25g) possibilitando uma aplicação simples e prática, resultando em mínimo desperdício do material.

Bibliografia:

1) Regeneração Óssea Guiada na Implantodontia
Daniel Buser – Quintessence Editora – 2010

2) Aumento Vertical e Horizontal do Rebordo – Novas Perspectivas
Istvan Urban – Quintessence Editora – 2017

3) Regeneração Guiada Tecidual
Mauro Cruz – Editora Santos – 2006

4) Enxertos ósseos em Implantodontia
Jean-François Tulasne e  Andreáni – Quintessence Editora – 2010

5) Enxertos Ósseos em Implantodontia
Reanato Mazzonetto et al. – Napoleão Editora – 2012

6) Transplantes Ósseos na Implantodontia
André Antonio Pelegrine et al. – Napoleão Editora – 2008

7) Catálogo de produtos da FGM http://www.fgm.ind.br/site/produtos/implantes-biomateriais/substituicao-ossea-nanosynt/

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